segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Estradas

A janela de trás tem mais poesia.
Uma poesia fresca, de luzes que se acendem, de amarelos e verdes maduros.
As cores das roupas cheirosas, sustentadas pelo cambaleante bambu.
Pés empoeirados, no caminho andando a conversa.
Choro no quarto vizinho, panelas no jirau, coadores encardidos.
Corpo esquecido na varanda, fumaça de lenha , conversa de pito.
Cada quadro, riqueza de cofre, a lua visita.
Passando, vou vivendo cada vida.
Amarro todas, numa linda colcha de retalhos.
Me cubro com ela, qual noite que despeja seu xale negro.
Chego ao meu lugar exausta, completa, cheia de mundo.

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